Gears of War: Judgment - Análise

Após uma trilogia protagonizada por Marcus Fenix enfrentando a terrível ameçada dos Locusts, a série Gears of War retorna com mais um capítulo da consagrada série de tiros exclusiva para o Xbox 360. Gears of War: Judgment chega ao console da Microsoft pelas mãos da People Can Fly e traz acontecimentos ocorridos bem antes antes do primeiro jogo.

Sendo assim, quem leva o papel de protagonista nesse capítulo é Baird, que lidera o esquadrão Kilo, acompanhado por Cole e dois novos personagens. A história, apesar de não ser tão interessante como em outros jogos da série, é contada de uma narrativa a partir de um julgamento que envolve o esquadrão, trazendo inúmeros flashbacks, que relembram os fatos ocorridos de várias perspectivas diferentes.

Temos que admitir que a People Can Fly teve coragem em colocar as mãos nessa série e tentar trazer algo novo e inovador para dar continuidade e também longevidade à franquia. Uma missão, digamos que perigosa, mas ao mesmo tempo desafiadora. Será que a People Can Fly conseguiu manter a qualidade do jogo para os fãs mais exigentes?

A primeira coisa que notamos logo de cara é que nossos Gears passam a carregar apenas duas armas durante a jogatina, que são alternadas pressionando o botão Y e não mais através do direcional. O sistema de cobertura - uma das características marcantes da série - continua presente, mas dá lugar a um jogo mais pegado, com ação rápida e frenética. Tudo isso graças a uma nova distribuição de abrigos disponíveis, que dita um novo ritmo a ação e consegue impor um equilíbrio maior a aventura, deixando de ter o sistema de cobertura como foco principal.

As cenas contendo narrativas também estão mais limitadas nesse jogo e ficam restritas a momentos que envolvem fatos relacionados ao julgamento, que neste caso é dividido em capítulos relacionados com o testemunho de cada membro do esquadrão Kilo, durante o qual o jogador é obrigado a assumir o papel de cada um deles.

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Cada capítulo relatado dura alguns minutos, levando o jogador por ambientes abertos, claustrofóbicos e até mesmo com baixa visibilidade referente a fumaça ou gases tóxicos. Em cada momento estaremos no controle de um personagem que vai levar a história por fatos importantes desse julgamento. Sendo assim, além de Baird, poderemos controlar também "Cole Train" e os recém-chegados Sofia Hendrik e Garron Paduk.

Porém a People Can Fly deixa nesse jogo sua assinatura com duas novidades - o Smart Spawn System e o Declassified Mission. O Smart Spawn System faz com que o jogador enfrente os mesmos fatos históricos por várias vezes com tipos diferentes de inimigos para aumentar ainda mais o valor da missão, mesmo na campanha para um jogador. Agora aceitar uma missão Declassified (que geralmente solicita sua habilitação logo no início da fase) permite que o jogo ofereça inúmeros desafios modificados que variam desde baixa visibilidade, obrigação de basear-se unicamente em armas de fogo ou outras armas específicas, incapacidade de regenerar a saúde dos membros do grupo ou até mesmo completar a seção dentro de um limite de tempo para escapar da morte.

No final de cada missão Declassified o jogador é avaliado por seus feitos em toda a missão como número de mortos ou headshot, por exemplo, mas com uma atenção maior aos objetivos específicos. O modo cooperado também pode realizar missões Declassified e gera bônus a todos os jogadores que trabalharem em equipe e realizarem os objetivos com êxito.

Em relação ao multiplayer o jogo se mantém sem alterações, e continua mostrando grande potencial, reforçando agora o sistema de classes entre os jogadores. Agora cada grupo pode ter várias classes, cada um com suas habilidades específicas podendo optar por ser um médico, engenheiro ou um simples soldado, por exemplo.Outra novidade para nós brasileiros, é que a versão está dublada em português - Gears of War 3 trouxe apenas legendas em português, mas agora temos também o áudio - e pode causar um pouco de desconforto no início (principalmente para quem jogou os três jogos anteriores) por estarmos acostumados com as vozes originais. Mas a dublagem está bem executada e logo nos acostumamos e aprovamos a localização.

Podemos dizer que Gears of War: Judgment mostrou que a série pode ser renovada e a People Can Fly prova isso dando novas possibilidades ao jogador, mesmo com alterações de comando e deixando de lado o foco no tradicional sistema de cobertura. O jogo continua mantendo seus ambientes épicos com cenários bem detalhados e característicos da série.

A adição do Smart Spawn System e o Declassified Mission não sacrificam a experiência e trazem novas possibilidades a campanha. Como disse antes a People Can Fly teve a coragem de assumir esse jogo que precede os fatos da franquia e conseguiu presentar os donos do Xbox 360 com mais um ótimo game da série.

8 / 10

A People Can Fly inova a série e dita um novo ritmo ao jogo. Traz boas adições, e o enredo não é tão interessante como os jogos anteriores, mas é um jogo que com certeza ainda vai agradar, principalmente se você é um fã da série.